sábado, 17 de abril de 2010

Entrevista Com Sérgio Denicoli

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Polânia Soares 
Revisão: Victória Varejão

          Ao considerarmos o “universo UFES” como objeto de análise e observação, não se pode deixar de pensar no que aqueles que passaram por ele fizeram com tal experiência. Conexão Ufes foi atrás de um bom e recente exemplo de crescimento e sucesso. Sergio Denicoli, um capixaba formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Espírito Santo e em Jornalismo pela FAESA, encaixou-se perfeitamente no perfil procurado. Aos 33 anos, leciona em uma universidade pública em Portugal e continua a prestar serviços constantes para a Rede Gazeta como correspondente internacional. A partir de suas experiências profissionais, Denicoli revela os detalhes da construção de uma carreira ainda em ascensão.

Conexão Ufes: Há quanto tempo se formou?
Sergio Denicoli: Possuo duas graduações. Primeiro, me formei na UFES, em 1999, no curso de Publicidade. Depois, em 2003, me formei em Jornalismo, pela FAESA.


Conexão Ufes: Qual sua especialização em seu trabalho?
Sergio Denicoli: Sou professor de jornalismo online numa universidade pública em Portugal, chamada Universidade do Minho. Localiza-se na cidade de Braga, no norte do país, e é considerada a melhor escola de educação superior portuguesa de Jornalismo. 


Conexão Ufes: Trabalhou em veículos de comunicação no estado? Quais?
Sergio Denicoli: Comecei como estagiário na Rádio CBN e, quando fui contratado, fiz produção, edição, pauta e reportagem. Trabalhei também como produtor na TV Vitória. Quando saí do ES, era produtor nacional da TV Gazeta, onde também ocupei a mesma função na área local e fui repórter.


Conexão Ufes: Qual foi seu primeiro desafio na profissão?
Sergio Denicoli: Minha primeira reportagem foi uma apreensão de drogas. Fui até a Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes e, quando cheguei lá, achei o ambiente estranho. As pessoas não estavam aptas a conversar com um repórter e logo vi que para ser um bom jornalista era preciso ter fontes e saber como abordar as pessoas. Na maioria das vezes, tal profissional é um ser indesejado. É indispensável saber lidar com isso.


Conexão Ufes: Já trabalhou fora no Espírito Santo? Onde?
Sergio Denicoli: Somente em Portugal, como professor. Mas também mantenho blogs. Fui o criador do primeiro blog coletivo jornalístico do ES, em 2005. Chamava-se “Ponto de Análises”. Hoje, não é mais atualizado.


Conexão Ufes: Para você, ainda há oportunidades para jovens jornalistas no estado?
Sergio Denicoli: Acho que o mercado tem sido muito rotativo. Sempre há espaço para jovens competentes, que realmente gostam de ler, escrever, que se interessem pelos temas relevantes da sociedade, como política e economia. Não há espaço para jovens alienados, que só querem saber de assistir BBB, novelas, que não gostam de ler e nem se interessam por política.


Conexão Ufes: Conte-nos sobre seu blog que aborda assuntos relativos à comunicação em Portugal.
Sergio Denicoli: No momento, desenvolvo uma tese sobre a implantação da TV digital no mundo, com enfoque mais aprofundado em Portugal. Vivo lá há 5 anos e já estou plenamente integrado à sociedade portuguesa. Por isso, procuro contribuir para o crescimento da ciência social no país, com as pesquisas que tenho feito. O blog é meu instrumento de ligação entre o que faço na universidade e a sociedade. Acho que os estudos acadêmicos devem ser difundidos de forma global e não apenas dentro dos muros das academias. O conhecimento deve ser compartilhado, senão não se justificaria, a meu ver. E a Internet ajuda muito nessa difusão.


Conexão Ufes: Como foi a experiência de cobrir o caos sobre as masmorras do estado, que foi discutido em Genebra, na Suíça?
Sergio Denicoli: Foi algo de grande valor. Sinto que estava preparado pela experiência internacional que venho tendo. Já havia morado na Inglaterra, na Espanha e em Portugal. Conheço dezenas de países. Essa bagagem, bem como as línguas que aprendi, foi de fundamental importância para que eu pudesse compreender o que significava aquele evento, de forma a poder transmitir aos capixabas o tamanho correto do acontecimento.


Conexão Ufes: Qual a sua atual visão do jornalismo, de maneira geral?
Sergio Denicoli: Acho que o jornalismo, hoje, é muito mais democrático. Antes, o que um jornalista veiculava era algo incontestável. Atualmente, não. A Internet tirou da mídia o poder de mediação da notícia. Se um jornalista publica algo mal apurado, tal informação logo será contestada na Web, seja pela fonte ou pelo cidadão comum. Há uma construção coletiva do conhecimento. 


Conexão Ufes: Qual as maiores diferenças entre Brasil e Portugal no ponto de vista jornalístico?
Sergio Denicoli: O jornalismo brasileiro é social, voltado para a comunidade. Como no Brasil as instituições democráticas funcionam de forma precária, a atividade jornalística cumpre a função de cobrar melhorias. Em Portugal, isso fica em segundo plano. Na Europa, como um todo, o jornalismo é mais analítico, dá um grande espaço para a cobertura internacional, por exemplo. Já o Brasil, enfatiza a necessidade de respeito ao cidadão, que é falha em muitos aspectos, como segurança, saúde, entre outros.


Conexão Ufes: Foi o difícil o caminho para chegar aonde chegou?
Sergio Denicoli: Se você gosta do que faz, estuda, lê, faz bons contatos, trabalha respeitando os colegas e as fontes, uma boa trajetória acaba por ser algo automático. Mas eu diria que nada é fácil. É preciso, além de know-how, ter um bom network. E isso só se faz quando somos humildes. A arrogância e prepotência jornalística são uma doença perigosa.


Conexão Ufes: Em qual veículo você trabalhou e gostou mais?
Sergio Denicoli: Gostei de todos. O veículo é apenas o meio. O jornalismo é uma coisa só. Uma reportagem bem apurada é o coração da notícia. Adaptá-la ao meio de comunicação é relativamente fácil. Mas, de qualquer forma, vejo que, no Brasil, a TV tem um alcance maior e o trabalho do jornalista acaba por ser mais reconhecido pelo público, embora isso não signifique que seja mais importante.


Conexão Ufes: Conte-nos um pouco sobre suas experiências. O que aprendeu com elas?
Sergio Denicoli: As experiências são o que nos dão a segurança. Aprendi que não podemos discriminar quem quer que seja. Temos que respeitar o acusado de um crime, o político envolvido em um escândalo, o bom cidadão, o rico, o pobre, o que tem poder e o que não tem. Não cabe a nós julgarmos alguém. Só assim alcançamos a imparcialidade.

Lidamos com seres humanos e temos que ter isso em mente. Isso não significa que temos que ser coniventes com os erros e transgressões. Significa que temos que saber ouvir, pois a base da profissão é que os dois lados de uma notícia sejam considerados. Cabe à justiça fazer as condenações.


Conexão Ufes: Deixe um recado para os jornalistas em ascensão.
Sergio Denicoli: Leiam bastante, saibam ouvir as pessoas, aprendam novas línguas e não se acomodem. A preguiça intelectual condena um jornalista ao marasmo, a uma carreira sem grandes desafios e, consequentemente, sem grandes conquistas.

É preciso também entender que o jornalista é uma ponte entre os que têm poder e os que não têm. Temos que ter em mente, de forma clara, para qual lado estamos trabalhando.

Se quiser saber mais sobre Sergio Denicoli, acesse o blog: http://www.tvdigital.wordpress.com/.
                                                                                                                                                
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Projeto '3 em 1' Une Estudantes e Profissionais de Publicidade

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Carina Couto, Rafael Gonçalves e Vinícius Reis
Revisão: Victória Varejão

          Realizada na última quarta-feira, no edifício de multimeios da UFES (Bob Esponja), a primeira palestra do projeto de extensão "3 em 1" atraiu grande número de espectadores. O evento tem a coordenação do professor Felipe Tessarolo e o auxílio de um grupo de estudantes de Comunicação Social da Universidade.
          A partir do questionamento de alunos de Publicidade e Propaganda pela falta de grupos de extensão voltados para sua área, surgiu a ideia da concretização deste projeto. O objetivo deste é ouvir três pontos de vista de profissionais do meio publicitário sobre um mesmo tema, o que explica o motivo do nome "3 em 1".
          Em sua primeira edição, foi abordado o tema “Publicidade e o Mercado Capixaba”, que teve as participações do ex-professor da UFES, Ruy Ramos, da diretora de criação Mônica Debbané, da Agência MP Publicidade, e do diretor de arte Daniel Galvão, da Agência Fire. Um público de 80 pessoas compareceu à reunião. “A expectativa era de 40 participantes, entretanto, no decorrer do evento, percebemos que já havia ultrapassado” conta, surpreso, Felipe Tessarolo.
          Aqueles que presenciaram a primeira palestra, tiveram a oportunidade de ouvir as opiniões de cada convidado. Após isso, participaram de uma “mesa redonda”, em que puderam esclarecer suas dúvidas com os palestrantes. Segundo o estudante do primeiro período de Publicidade, Patrick Torres, as apresentações tiveram um peso especial pra ele, já que ainda está iniciando sua vida acadêmica. Entretanto, alega ter sentido falta de distinção nas opiniões expostas pelos convidados. " O próximo podia ser mais pegado com os palestrantes discutindo mesmo, ia dar mais visões pra gente além da nossa própria”. disse o estudante.

(Professor e Organizador Felipe Tessarolo)



Passo a Passo da Palestra

          Ruy Roberto Ramos, professor aposentado do curso de Publicidade e Propaganda da UFES, foi o primeiro a discorrer sobre o assunto, analisando o mercado de trabalho sob o ponto de vista acadêmico. “A academia não copia o mercado, mas, sim, cria possibilidades. para o mercado". E, para sobreviver nesse meio, é necessário estar atento às mudanças, no que diz respeito ao econômico, social, tecnológico, entre outros, disse Ruy.
          A segunda convidada da noite foi diretora de criação da agência MP Publicidade, Mônica Debbané. Esta, por sua vez, teve uma conversa descontraída com os participantes e ressaltou a importância de humanizar o trabalho publicitário. “A gente tem que fantasiar de menos, ser simples e ético. A gente está trabalhando com pessoas.” afirmou ela. Além disso, deu dicas de hábitos que o profissional da área deve ter, tais como: ver vários filmes, viajar, participar de manifestações e, ainda, ter uma observação apurada e vontade de experimentar coisas novas.
          Por fim, o palestrante Daniel Galvão, da Agência Fire, fechou o ciclo de palestras da noite, expondo suas peças publicitárias. Tais produções variavam de preços razoáveis a valores exorbitantes, como 28 mil reais. Em sua fala, Daniel frisou a necessidade da multidisciplinaridade no profissional e a importância de conhecer outras línguas. Ao fim de seu discurso, analisou sua atividade laboral como uma brincadeira séria, na qual a pessoa pode se divertir e, ao mesmo tempo, ganhar a vida.

(Convidados: Daniel Galvão, Mônica Debbané e o Professor Ruy Roberto Ramos)


Como Participar das Próximas Palestras?

          O próximo ciclo de palestras do “3 em 1” ainda não possui data nem local definido. Entretanto, sabe-se, de antemão, que será discutido o tema “Briefing”. Segundo o orientador, os palestrantes também não foram decididos, mas é possível adiantar que contará com a participação de um cliente, de um profissional de atendimento e de um criativo. A apresentação visará expor os três lados do tópico.
          Mais informações serão divulgadas no site do projeto (http://www.projeto3em1.com.br/, ou ainda no Twitter (www.twitter.com/3em1).
          Os encontros serão realizados uma vez por mês, às quartas-feiras. As inscrições podem ser feitas gratuitamente pelo site.

Fotos Retiras do Flickr do Projeto 3 em 1: http://www.flickr.com/photos/projeto3em1

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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Ecos Jr: uma Empresa para Futuros Profissionais

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         Rafael Gonçalves
Revisão: Victória Varejão

          A Ecos Jr. (Empresa de Comunicação Social Junior) surgiu em 1997, desenvolvida por um grupo de estudantes de Comunicação Social da UFES, com o intuito de aplicar seus conhecimentos teóricos em funções práticas. A empresa abrange as áreas de jornalismo e publicidade. De acordo com a diretora presidenta da empresa, Amanda Brommonschenkel, o principal objetivo desta é manter seus membros em contato direto com o mercado de trabalho, proporcionando maior desenvolvimento profissional.
          Atualmente, a Ecos é formada pelos alunos: Amanda Brommonschenkel, Lucas Bragança, Manuela Mascarenha, Diovana Renoldi e Fernanda Nunes. Ademais, conta com a orientação do professor Felipe Tessarolo, que dá suporte em alguns projetos. “Eu ajudo na arte, coordenando e opinando na confecção. Além disso, encaminho alguns contatos importantes para os membros”, diz o orientador.
          A experiência obtida ao longo de participações em projetos e trabalhos é inegável. “A visão do mundo empresarial é totalmente diferente agora que participei da Ecos, me sinto mais apto para o mercado de trabalho”, diz o ex-integrante da ecos Guilherme Schmittel.
          A empresa está divida em quatro núcleos, sendo estes: núcleo de administração, núcleo publicitário, núcleo jornalístico e núcleo de marketing. Cada um destes possui um diretor. O tempo de permanência de cada membro depende do cargo exercido. Os trainees são contratados, por no minimo, seis meses, enquanto os diretores permanecem, no máximo, um ano.A permanência máxima de um membro dentro da empresa é de dois anos. “É sempre bom lembrar que os trainees podem se tornar diretores”, ressalta a presidenta.
          As funções empresariais estão dividas nas áreas de jornalismo, publicidade e marketing. A primeira trabalha com assessoria de imprensa, cobertura de eventos, diagramação e confecções de jornais online e impressos. A segunda está voltada para a criação de banners, cartazes, folderes, panfletos, cartões de visita, projetos gráficos e elaboração de campanhas. E a terceira cuida do marketing da própria Ecos Jr. e está começando a analisar propostas de clientes externos.
          Todos os lucros obtidos na companhia não são embolsados pelos membros. De acordo com a presidenta, todo o dinheiro adquirido através dos trabalhos realizados tem como finalidade investir na própria empresa. Os gastos envolvem, entre outros, a manutenção dos computadores, a melhoria do espaço físico e investimentos em materiais de trabalho.
          A Ecos Jr. realiza projetos para pequenas e médias empresas do mercado capixaba e conta com parcerias, dentre elas: Viecont, Jk System Glass e Rnp + Es (Rede Nacional de Pessoas Vivendo com Hiv/Aids), Grupo de Foto, Cine Metrópolis.
          Entre os principais eventos executados até então pela companhia, estão incluídos: festa junina da comunicação social (2008), semana da fotografia de (2009) e Intercom Sudeste(2010). Além disso, apoiam  o Observatório da Mídia Regional, orientado pelo professor Edgard Rebouças, e o Projeto 3 em 1, executado pelos alunos de Comunicação Social e orientado pelo professor Felipe Tessarolo – este último é o mais recente dos acontecimentos.
          As inscrições para o processo seletivo podem ser feitas somente pelo site (www.ecosjr.com.br) até o dia 15 deste mês. São oferecidas 12 vagas para os alunos de qualquer período do curso de Comunicação Social da UFES.
          “A vontade, o desempenho e, principalmente, o trabalho em grupo são fatores fundamentais para quem deseja participar da empresa”, é a principal dica da presidenta para os candidatos

(Fotos Retiradas do Site da Ecos: http://www.ecosjr.com.br/)

(Diretora Presidenta da Ecos Junior: Amanda Brommonschenkel)


Vagas oferecidas pela Ecos Jr:


NÚCLEO ADMINISTRATIVO (1 vaga):

Comunicação Interna (Rh):

Responsável por cobranças internas e organização de horários. Trabalha com a supervisão do funcionamento da empresa. Possui comunicação direta com o diretor presidente e ajuda na administração e processamento de dados a serem veiculados.  Responsabilidade ligada à gestão de pessoas e relacionamento, que são características fundamentais a pessoas que desejam abrir sua própria empresa.


NÚCLEO DE PROJETOS PUBLICITÁRIOS (4 vagas):

Trainee diretor de Arte (2  vagas):

O diretor de arte é um dos integrantes da dupla criativa. Na Ecos Jr., essa é responsável por criar o conceito e desenvolver os Jobs. Também é responsável pelo desenvolvimento do layout pensado pela dupla.


Trainee redator publicitário (2 vagas):

Integrante da dupla criativa que desenvolve os textos e conceitos das peças publicitárias juntamente com o diretor de arte. Na Ecos Jr., a dupla (redator e diretor de arte) é responsável por criar o conceito e desenvolver os Jobs.


NÚCLEO DE MARKETING (3 vagas):

Trainee de Marketing (3 vagas):

O núcleo de Marketing visa cuidar e divulgar a Ecos Jr. dentro e fora da universidade.

Tal objetivo é concretizado por meio de projetos como Cinemecos e Visitecos. Apesar desses dois projetos, o núcleo se preocupa com a criação de novas ações e, posteriormente, checa sua eficácia, fazendo com que este seja um lugar para criar e aprender com os erros e acertos.

Além disso, o núcleo de marketing faz pesquisas de mercado objetivando a prospecção de clientes e trabalha com clientes externos, produzindo ações de marketing.


NÚCLEO DE JORNALISMO (2 vagas):

Trainee de Jornalismo (2 vagas):

O núcleo de jornalismo é responsável pela assessoria de imprensa para empresas e eventos de dentro e fora da universidade. Promove, também, a cobertura de eventos e atualiza websites por meio da produção de releases, entrevistas, spots e reportagens.

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